Marcado sobretudo pela água do rio Sorraia e Almansor, este
percurso percorre caminhos tradicionais e antigos através das lezírias
dando a conhecer o rico património natural e rural aqui presente numa
paisagem diversificada e dinâmica pontuada pelos aglomerados urbanos de
Benavente e Samora Correia.
Esta rota circular pode ter início na
localidade de Benavente ou em Samora Correia. Além do percurso total,
permite realizar dois itinerários alternativos de menor dimensão. Um
primeiro circular com início em Benavente num total de nove quilómetros.
O segundo circular com início em Samora Correia com treze quilómetros
de extensão. Nas várias opções basta seguir as indicações no terreno.
Oferece ainda a possibilidade de um pequeno troço com dois quilómetros
que se inicia junto ao Parque Ribeirinho de Benavente e atravessa o rio
Sorraia através de uma ponte pedonal até à Vala Nova, regressando ao
ponto inicial.
A proposta é realizar a Rota no seu todo na opção
circular com início em Benavente. O início do percurso é no Parque
Ribeirinho do Jardim do Cálvario. O local tem facilidade de
estacionamento e existe serviço de cafetaria e restauração no centro
histórico onde junto aos Paços do Concelho pode admirar o pelourinho
local erigido em 1516, aquando da atribuição do novo Foral a Benavente
por D. Manuel I e classificado como imóvel de interesse público.
No
largo está um dos destaques deste percurso, o Cruzeiro do Calvário
classificado como imóvel de Interesse Público. Estando no largo com o
monumento nas suas costas, vire na rua à direita e desça toda a rua das
Acácias e passados quinhentos metros vai encontrar a estrada nacional
que atravessa a localidade, continue em frente pelo passeio contornando a
zona de estacionamento e passados quatrocentos metros vire à direita
para a rua Ladeira dos Carrascos. Prossiga uns duzentos metros passando
um cruzamento e quando a rua bifurca siga pela esquerda toda a rua Monte
da Saúde por mil e quinhentos metros. Esta rua conduz ao campo e o
casario vai progressivamente diminuindo até surgirem habitações mais
esparsas rodeadas das suas hortas e jardins e depois por alguns campos
agrícolas. Ao terminar o passeio siga pela berma da estrada asfaltada
com atenção ao trânsito. Este troço até à entrada em piso de terra tem
cerca de dois quilómetros em que no primeiro a estrada atravessa uma
zona de montado disperso e do lado oposto uma área florestal de
pinheiro-manso e o segundo quilómetro acompanha um troço da auto-estrada
A10. Depois de passar o viaduto, no entroncamento no final da descida,
vire à esquerda percorrendo a parte final em asfalto por mais quinhentos
metros.
No fim dos campos agrícolas e no início de uma nova zona
florestal vire na primeira estrada de terra à sua direita. Abra e feche
o portão ou use a passagem de homem junto ao poste elétrico. Siga uns
duzentos metros e junto a um armazém agrícola tome a esquerda descendo
até ao canal de rega e vire à esquerda. Siga sempre em frente pelo
trilho que acompanha esta obra hidroagrícola ao longo de um quilómetro.
Nesta zona tem o primeiro contacto com os vastos campos planos que
caracterizam esta Rota. Aqui é possível encontrar o Peneireiro-cinzento
(Elanus caeruleus) que gosta de caçar nos campos abertos próximos do
montado. Quando o canal termina, junto à estrada nacional, vire à
direita e siga a estrada de terra pelo meio dos arrozais, passados mil e
quatrocentos metros, quando esta se volta a aproximar da estrada
nacional siga em frente e vire à direita seguindo agora junto ao rio
Almansor e mantendo os arrozais do lado direito. Prossiga pela estrada
durante um quilómetro e quando chegar a umas comportas que distribuem
água para os arrozais continue sempre em frente mas agora por cima do
talude de terra. Passados mil e quinhentos metros chega ao final deste
troço que margina o rio. Aqui tem a opção de visitar Samora Correia. A
uns escassos oitocentos metros pode conhecer o centro histórico onde
encontra serviço de restauração.
Se optar pela visita, neste
ponto vire à esquerda e passe a ponte seguindo por uns duzentos metros,
vire na primeira rua alcatroada à direita e ao fim de quinhentos metros
chega às casas da Companhia das Lezírias e ao jardim local.
Em
Samora Correia encontra o rio Almansor. Segundo registos históricos, já
romanos e árabes usufruíram dele como meio de comunicação sendo
navegável até ao início do século XX, com significativo tráfego fluvial
para o escoamento de produtos agrícolas e florestais. Ao longo do rio é
comum encontrar a Garça-real (Ardea cinerea) ou a Cegonha-branca
(Ciconia ciconia).
De regresso ao ponto anterior, depois de
passar, novamente, a ponte sobre o rio Alamansor, passe o portão que
está em frente numa passagem lateral e siga por cima do talude uns
novecentos metros. Aqui aproveite para ter o primeiro contacto com o rio
Sorraia, um curso de água com mais de cento e cinquenta quilómetros que
resulta da junção da ribeira de Sor e da Raia recebendo depois água das
ribeiras de Erra, Divôr e de Juliano e que passa nas localidades de
Coruche e Benavente. Siga sempre em frente por cima do dique ao longo do
rio durante quase três quilómetros. Neste troço elevado aproveite para
apreciar os extensos campos de arroz que fazem do concelho de Benavente
um dos maiores produtores nacionais de arroz carolino. No final da
estrada irá encontrar novamente o canal do Sorraia, obra importante na
rede de irrigação de todo o vale do Sorraia. Aqui vire à esquerda e siga
ao longo de três quilómetros sempre pelo trilho que acompanha o canal.
Irá passar por baixo do viaduto e pouco depois encontrar uma ponte em
madeira que deve ignorar pois pertence à opção alternativa de menor
dimensão. Siga em frente ao longo do canal e ao passar um pequeno túnel,
logo depois, numa zona campo aberto, costumam estar alguns exemplares
de Touro bravo.
Em seguida o trilho fica mais estreito seguindo
dentro de um túnel feito por densa vegetação onde muitas aves encontram
abrigo alegrando o passeio com os seus cantos.
No final destes
três quilómetros, vai encontrar uma estrada que atravessa o canal de
rega. Continue em frente e passados cem metros deixe o canal, vire à
esquerda e siga a estrada de terra mantendo do lado direito um pinhal e
do lado esquerdo os campos agrícolas. Nesta zona pode observar o belo
Peneireiro-cinzento, espécie que no continente europeu só é possível de
encontrar no sul de Portugal e Espanha.
Passados uns quatrocentos
metros, ao reencontrar o já famoso canal do Sorraia, continue pela
esquerda numa estrada arenosa que passados duzentos metros se transforma
num estreito trilho que atravessa um pequeno bosque. Depois de passar
ponte pedonal vire à esquerda e siga sempre exclusivamente pelo trilho
que vai contornando todo o campo agrícola.
Passados uns duzentos
metros deixe o trilho e continue pelo talude ao longo de seiscentos
metros tendo de novo do seu lado esquerdo um troço do rioSorraia.
Depois de passar um pequeno aglomerado de hortas siga em frente e no
final de trezentos metros chegou ao ponto de partida.