O percurso atravessa um bosque de pinheiro-manso que se estende ao longo do barranco da praia do Castelejo.
A
área de lazer do Castelejo insere-se numa mancha de pinheiro-manso e
pinheiro-bravo que se fazem acompanhar pelos matos típicos da região,
sobretudo estevais (onde dominam a esteva, a roselha e o
sanganho-mouro), tojais (tojo-prateado e tojo-do-Sul) e urzais (onde
abunda a queiró).
O pinheiro-manso domina o bosque, trata-se de
uma plantação florestal que recria os antigos pinhais costeiros da costa
sul do país. Embora a esteva seja uma presença constante, encontram-se
aqui plantas raras como o tomilho-canforado, endémico desta costa. A
fauna é constituída por aves como o pica-pau-malhado, o gaio ou o
chapim-real. Nas zonas mais abertas, a perdiz ou a águia-de-asa-redonda
são presença regular. A observação atenta dos sinais ou pegadas pode
revelar a presença de mamíferos como a raposa ou o javali. Durante o
passeio pode vislumbrar coelhos-bravos que atravessem o caminho.
Nas
proximidades da antiga casa do guarda-florestal, avista-se, na linha de
costa, o marco geodésico da Torre de Aspa. Esta torre terá feito parte
de uma rede de fortificações, permanecendo ativa para defesa costeira
até finais do séc. XVI. No local onde outrora se erguia a torre foi
assinalado o ponto mais elevado da costa algarvia, a 156 m de altitude.
Descendo
o barranco escavado pela linha de água que desagua na praia do
Castelejo, a vegetação adensa-se nas encostas húmidas formando matagais
com medronheiro, lentisco-bastardo, urzes e lianas. Tamargueiras,
caniços, tabúas e choupos, assinalam a presença de uma pequena lagoa.
Rãs e libelinhas podem ser observados neste local que será também um
importante ponto de água doce para os mamíferos.
A subida de
volta ao planalto vicentino oferece amplas vistas sobre o barranco do
Castelejo, com o mar ao fundo, e sobre a sucessão de copas arredondadas
do pinhal-manso.