Sevilha é uma pequena aldeia situada na freguesia e concelho de Tábua, caracterizada pelo casario antigo de arquitetura vernácula e pelas ruas de calçada portuguesa. Destacam-se na paisagem a passagem do rio Cavalos e a bela cascata, assim como os antigos moinhos e a ponte medieval. O rio Cavalos percorre a aldeia, vindo de Touriz até desaguar no rio Mondego em Tábua. As matas circundantes, que descem até ao vale fértil, conferem ao cenário uma riqueza de tons verdes.
A Via Romana que passa pela região teria origem em Bobadela e possivelmente seguiria até Santarém, passando por Tomar. Alguns historiadores e arqueólogos sugerem, no entanto, que este troço poderia integrar uma rota de ligação entre Bobadela e o itinerário entre Olissipo (Lisboa) e Bracara Augusta (Braga), com um entroncamento na zona da Mealhada. A via romana, com vestígios que se prolongam por cerca de 350 metros, apresenta uma largura média de 4,70 metros.
A Pedra da Sé, um impressionante aglomerado granítico, é um ícone atemporal do concelho e um excelente miradouro. Envolta em histórias e mistérios, algumas relacionadas com a figura de João Brandão, a origem do seu nome não é consensual: poderá ter sido local de extração de pedra para a construção das Sés de Viseu ou Coimbra, ou ainda pode ser que o próprio relevo imponente tenha motivado a designação, pela semelhança com uma catedral (Sé). Nas Inquirições de D. Afonso III, a Pedra da Sé surge como referência na delimitação do couto do Lorvão, sendo na altura Tábua e o seu concelho parte de Coimbra.
Durante o percurso, podemos apreciar magníficas paisagens ao longo das margens dos rios Cavalos e Mondego. No rio Cavalos, as cascatas são frequentes quando o caudal deste afluente do Mondego aumenta e ultrapassa o leito habitual. A presença de aglomerados de pedras graníticas ao longo do caminho forma grutas e abrigos naturais para os pastores, sendo a Pedra da Sé o exemplo mais notável. Este local oferece uma vista esplêndida sobre o rio Mondego e o espelho de água criado pela Barragem da Aguieira. Pinheiros, sobreiros, cedros e carvalhos predominam nesta zona, onde se encontram aves como o pica-pau e o milhafre, e outros animais, como raposas, coelhos e javalis, que fazem das margens dos rios o seu habitat.