O Percurso da Veiga é um percurso pedestre denominado de Pequena Rota. As respetivas marcações e sinalizações obedecem às normas internacionais. O percurso desenvolve-se na Área Protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d?Arcos, permitindo interpretar a zona da Veiga e os seus valores naturais.
Saímos do Centro de Interpretação Ambiental, seguindo as indicações do percurso, por um caminho que nos coloca entre um espaço florestal de produção, instalado na colina, e a vegetação arbórea autóctone, que forma uma faixa de proteção à lagoa de S. Pedro d?Arcos, biótopo que esteve na origem da classificação da Área Protegida como Zona Húmida de Importância Internacional.
Na proximidade do passadiço, viramos à esquerda, seguindo um caminho que termina junto a um lavadouro. Tomamos a estrada asfaltada, no sentido descendente, até encontrarmos nova via, que seguiremos, em direção à veiga do Sobreiro.
Nas veigas - terrenos férteis e planos que se localizam na área adjacente às margens dos cursos de água - a agricultura é a principal atividade humana. Nestas áreas é praticada a sucessão da cultura do milho, na primavera/verão, e do azevém/outras gramíneas, no outono/inverno, podendo encontrar-se pequenas manchas com vinha em bordadura ou olival disperso.
Retomamos o percurso, com a veiga pela nossa direita, até às antigas instalações da Cooperativa de Estorãos, construídas no âmbito do primeiro projeto de emparcelamento do país, concretizado na década de 60. Seguimos em frente, atravessando o lugar de Tenães, pequeno aglomerado urbano associado a sistemas agrícolas parcelares complexos, para entrarmos, de acordo com as indicações do percurso, num caminho em calceta que nos levará até à ponte e azenha de Estorãos. Deixamos a paisagem ribeirinha, atravessando a ponte em direção à veiga da Lousa, que se inicia logo após o viaduto da A27. Nesta área agrícola, existe sinalética alusiva ao regadio de Estorãos, cuja água provém de captação efetuada, a montante, no rio Estorãos. Chegamos à estátua das Quatro Mãos, símbolo da união de quatro freguesias perante graves problemas de subsistência, viramos à direita, voltando a passar sobre o rio Estorãos.
Entramos na veiga do Sobreiro, onde existe um posto de observação que permite apreciar a fauna típica desta unidade de paisagem. É comum a presença de agricultores a executarem, ao longo do ano, as inúmeras e variadas práticas culturais que se impõem face às culturas exploradas.
Seguindo as indicações do percurso, saímos da veiga, para nos dirigirmos à ponte da Freixa. Viramos à direita e seguimos um caminho paralelo ao rio Estorãos, principal curso de água da Área Protegida. Este biótopo é vital para várias espécies fauna, nomeadamente peixes, como a truta e o salmão, répteis, como as cobras e o lagarto-d?água, e mamíferos, como a lontra e morcegos. Durante a caminhada até nova ponte, em pedra, poderemos constatar a rica galeria ripícola, bem como um conjunto de medidas adotadas para a conservação das margens do rio, em resultado da desastrosa intervenção de desassoreamento realizada em 1995.
Atravessamos a ponte e, seguindo as indicações do percurso, viramos à direita, por um caminho paralelo à denominada vala do Estado, em direção ao Centro de Interpretação Ambiental.