O percurso da Rota das Salinas é um extraordinário museu vivo para os amantes da natureza e das artes relacionadas com a cultura do sal. Apesar da perda de importância que a extração de sal sofreu na década de 70, o Município da Figueira da Foz adquiriu e ativou a Salina do Corredor da Cobra, onde se desenvolve parte da rota, com o propósito de preservar o valor histórico e cultural deste legado.
Com o início sugerido junto ao Núcleo Museológico do Sal, estrutura criada em 2007 que pretende perpetuar o testemunho da relação secular entre o Homem e as salinas, e o armazém da salina, construção típica do salgado da Figueira da Foz, em madeira de pinho, este percurso desenvolve-se inicialmente pelo interior da Salina do Corredor da Cobra, numa experiência única de contacto permanente com este património associado ao sal.
Ao longo da salina merece destaque o denominado ?sal verde?, conhecido localmente por ?cachelro?, materializado na salicórnia, planta halófita, que cresce espontaneamente na salina, acompanhada por outras espécies caraterísticas do sapal, como a gramata-branca, a espergulária, gramata, malmequer-do-sapal, junco-das-esteiras e os botões-de-latão, uma planta exótica com caráter invasor destes habitats. A bordejar os canais surgem a tamargueira e, no leito, as fitas e a morraça.
O percurso segue para o Observatório de Aves, através do qual se podem observar aves limícolas e marinhas como o pernilongo, o borrelho-de-coleira-interrompida, alfaiate, flamingos, garça-real, corvo-marinho, garça-branca-pequena, andorinha-do-mar, pilrito-comum, o maçarico-de-bico-direito, o maçarico-das-rochas e o pato-real.
O percurso segue até ao rio Pranto, último afluente do Mondego que nasce no vizinho distrito de Leiria, por esteios e talhões dos quais se podem avistar, entre outros aspetos de interesse, a cidade da Figueira da Foz, a ponte Edgar Cardoso (construída em 1982) e o Moinho das Doze Pedras (moinho de marés datado do séc. XVIII). A parte final do percurso ladeia diversos viveiros de piscicultura.