Deixe-se abraçar pela verdura dos campos, pelos vinhedos e pelas águas cantantes dos regos e levadas. Atravesse a velhinha "Ponte do Prego", encanto de séculos e que tantas
gerações viu passar. Poças de água cristalina bordejam os caminhos, com as leiras ornadas com medas de palha, vacas pachorrentas e dóceis ovelhas, borboletas de mil cores, rendadas e sublimes, com o chilreio das aves a inebriar os ares. De novo o rio, com o açude e o moinho, descobrindo novos encantos e mistérios. Logo mais, sobranceira e altiva, a Ponte de Cancelo, chora o comboio que deixou de ver passar. Ao lado, o Complexo Turístico de Rilhadas, abraçado pela natureza, convida ao lazer e ao descanso. Vem a montanha, alargam-se os horizontes, com o São Salvador de Armil e as serranias de Fafe a deliciar o pedestrianista, para, bem mais longe, surgirem os picos do Gerês, enquanto, um pouco ao lado, temos o Santo Antonino e a Penha. Maravilhosa tela de pintor consagrado, ou narrativa de poeta, onde também constariam belas histórias de princesas e freiras, cavaleiros e romeiros. Deixamos as alturas para nos embrenharmos na velha estrada românica que nos leva ao silêncio dos que já partiram - tempo de reflexão, de memória e de agradecimento, por tudo quanto fizeram para a grandeza desta terra milenar. Já com o vale do rio aos nossos pés, descemos por velhas quelhas, de novo com vastos e encantadores horizontes, até ao reencontro com a capelinha de Nossa Senhora de Guadalupe.
