O percurso inicia-se no Largo da Praça, em Vilar Maior. Começa por percorrer esta pitoresca aldeia, passando pelos seus imóveis classificados, destacando-se o pelourinho, a ponte românica e o castelo. Perto deste, deixa a aldeia e desce em direção ao rio Cesarão. Árvores de várias espécies despontam por entre blocos graníticos, desde cerejeiras, amoreiras e nogueiras, a carvalhos e castanheiros. Junto ao rio avistam-se moinhos de rodízio abandonados. Atravessa o rio e dirige-se a Arrifana, por um caminho antigo, com troços de calçada e sepulturas antropomórficas. É uma área de matos e carvalhais, pontualmente com pequenos lameiros. Arrifana é uma pequena aldeia, cujo isolamento contribuiu para preservar a sua arquitectura tradicional. Inicia-se depois uma descida moderada até à área de confluência da Ribeira de Alfaiates e do Rio Cesarão, afluentes principais do rio Côa, apenas a 2km. Os lameiros são bordejados por grandes árvores e são inúmeros os testemunhos do aproveitamento da água. Atravessamos poldras e um belo pontão em pedra e voltamos a Vilar Maior, entrando pelo Largo das Portas.
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Este percurso procura mostrar o rico património histórico e arqueológico de Vilar Maior e vale do Cesarão, rio que aqui passa e que vai desaguar no rio Côa.
Vilar Maior é uma povoação com ocupação muito antiga, existindo testemunhos de várias épocas que provam a importância que já teve. Destacam-se o castelo, as ruínas da igreja de santa maria do castelo, o pelourinho e a ponte, todos classificados como imóveis de interesse público. No museu de Vilar Maior, estão expostos objectos de âmbito arqueológico e etnográfico. Ao longo do percurso, existem alguns vestígios arqueológicos medievais, como troços de calçada, sepulturas escavadas na rocha e lagaretas e outros mais modernos como as alminhas.
No Largo das Portas, muito próximo do início do percurso, existem duas casas senhoriais e na parte alta desta antiga vila, existem alguns exemplares de arquitectura tradicional rústica típica desta região. Na localidade de Arrifana, ainda mais periférica e desertificada, também existem vários edifícios de tipologia rústica que mantêm as características originais, com paredes e balcões exteriores em granito. Nos campos à volta destas aldeias, existem elementos arquitectónicos tradicionais interessantes como por exemplo as "taliscas", passagens estreitas nos muros de pedra, feitas de forma a impedirem a passagem do gado. Na área de confluência das duas ribeiras, perto de Arrifana, existem vários exemplares do aproveitamento e distribuição da água, como açudes, canais, caleiras e noras. O atravessamento das ribeiras faz-se ainda por pontões em pedra e poldras.
Em termos de fauna e flora, existem dois habitats dignos de realce, a galeria ripícola junto aos cursos de água e áreas heterogéneas de matos, afloramentos rochosos e carvalhais. Neste último, e dado que estamos numa área de reduzida pressão humana, podemos observar diversas aves, como o abelharuco, a poupa ou a águia calçada.