Com início e fim no Parque dos Moinhos do Porto de Riba, este percurso circular de aproximadamente 1,5 km desce em direção ao Rio Jardim - o único rio que nasce na freguesia da Branca e desagua no esteiro de Canelas, em Estarreja - e passa pelo antigo porto de embarque, o Porto de Riba, e pelo moinho com o mesmo nome. O Moinho de Porto de Riba, construído pelo menos no século XIX, é composto por duas rodas: uma destinada à moagem de milho e outra ao descasque de arroz, um cereal outrora abundante no Baixo Vouga Lagunar. Atualmente, o moinho foi adquirido e recuperado pela APPACDM de Albergaria-a-Velha.
A área circundante ao moinho era conhecida como "lagos", onde os habitantes construíam pequenos muros de terra para formar lagoas de água corrente. Ali, colocavam os molhos de linho com sobrepesos para curtir, um processo que eliminava a clorofila dos caules e ajudava a apodrecer a parte lenhosa. Após esse processo, o linho era estendido nas encostas, agora parte do parque de lazer, para secar e, posteriormente, ser maçado.
O percurso segue pelo passadiço que acompanha a levada de água até ao açude do moinho. Ao final do passadiço, junto às margens do rio, pode-se avistar uma pequena ponte que outrora permitia a travessia até aos moinhos em cascata, agora em ruínas. Continuando pelas margens do Rio Jardim, o caminho atravessa o rio, passando pela povoação de Soutelo, situada à esquerda.
No final da estrada, antes de virar à esquerda em direção à calçada que dá acesso ao parque, encontram-se colunas de pedra, vestígios de um antigo engenho de linho que ali existia. Esta instalação artesanal, construída em madeira de carvalho ou sobreiro, era utilizada para maçar o linho. Uma grande roda dentada ligava-se a um braço de madeira, ao qual se atrelava uma junta de bois, criando um movimento de rotação, semelhante ao de uma nora de água. Ali, os lavradores de Soutelo, Crestelo, Albergaria-a-Nova, Salreu, Canelas e Estarreja traziam o seu linho para ser maçado.
Embora fora do percurso, vale a pena mencionar a Capela de Santa Ana, datada de 1752, que se localiza à direita, no final da estrada.