O Percurso "No trilho do Monte D'Assaia às terras de D. António Barroso" é um percurso classificado de pequena Rota (PR), com 17,5 km, de tipologia circular e de dificuldade "difícil", caraterizado pela variedade de pontos de interesse de natureza paisagística, cultural, museológica, rural, religiosa e arqueológica, percorrendo parte das freguesias de Remelhe e Carvalhas, da U.F. de Chorente, Góios, Courel, Pedra Furada e Gueral e da U.F. de Chavão e Negreiros. É um desafio para todos aqueles que têm no mundo rural e no paisagismo a motivação para caminhar.
Por terras com forte componente enigmática numa curiosa mistura entre lendas e vestígios históricos, este percurso percorre trilhos florestais e caminhos rurais com passagem pelos vestígios arqueológicos do Forno dos Mouros (sec. I d.C), a arte rupestre da Laje dos Sinais (idade do Bronze e primeira Idade do Ferro), ou pela curiosa Fonte da Pegadinha, num troço que o povo ligou à Lenda da Maria Fidalga, em pleno Monte D'Assaia. Mas as igrejas paroquiais das Carvalhas, Remelhe, Góios, Chorente e Chavão, esta última, outrora pertença da Comenda da Ordem de Malta, são também pontos de interesse relevantes desta rota. De destacar ainda na freguesia de Remelhe, terra do Venerável Bispo e Missionário D. António Barroso, os locais ligados à vida deste prelado, como o sepulcro, a Capela de S. Tiago e a Casa onde nasceu.
No alto de Chorente, deixe-se seduzir pela vista da manta retalhada de minifúndio que a paisagem lhe oferece antes de seguir em direção ao Museu Etnográfico de Chavão que é por sua vez um guardião da identidade rural, agrícola e etnográfica das suas gentes.
No que toca ao património natural, ao longo do percurso, em termos faunísticos pode ter a sorte de avistar ou cruzar-se com o ouriço cacheiro (Erinaceus europaeus), a raposa (Vulpes vulpes), a cegonha (Ciconia spp.), a codorniz (Coturnix coturnix), a gralha preta (Corvus corone), a carriça (Troglodytes troglodytes), o melro comum (Turdus merula), a pega (Pica pica), o gaio, (Garrulus glandarius) o pica-pau (Picus sharpei), a cobra-de-escada (Elapha scalaris), a salamandra-de-fogo (Salamandra salamandra) entre outros. No que toca à flora, entre outras espécies, é de destacar algumas bolsas da vegetação endémica, compostas pelo sobreiro (Quercus suber), o carvalho (Quercus faginea L.), o azevinho (Ilex aquifolium L.), o pinheiro bravo (Pinus pinaster Aiton) e o pinheiro manso (Pinus pinea L.), ao qual está associada a tradição dos pinhões de natal.