O Percurso ?Pelos trilhos do Monte do Facho? é um traçado classificado como de pequena rota (PR), com cerca de 11 km, de tipologia circular e de dificuldade ?algo difícil?, caraterizado pela variedade de pontos de interesse de natureza arqueológica, paisagística, cultural, rural e religiosa, que percorre as freguesias de Roriz, Oliveira, Galegos Sta. Maria e U.F de Alheira e Igreja Nova.
Partindo da Capela de S. Lourenço em Alheira, local
de culto e de lazer, segue se por caminhos ladeados por sobreiros e
carvalhos em direção à Capela da Senhora do Facho, um local de forte
devoção e de peregrinações emblemáticas, das quais se destaca a
peregrinação anual, realizada no primeiro domingo de julho. Pelo caminho
é dada a oportunidade de visitar o penedo do sino, a eira comunitária, a
loja das cabras ou a fonte verde que ficam junto ao traçado do percurso
e que rememoram a importância deste Monte para as
comunidades locais noutros tempos.
Junto à Capela de Nossa Senhora do Facho, situada
num oásis florestal predominantemente autóctone, além de visitar a
Capela, é possível calcorrear os vestígios de uma citânia da Idade do
Ferro, à qual muitos arqueólogos atribuem a origem da tradição olárica
de toda esta região. Deslumbre-se, ainda, com uma das melhores vistas do
Minho, numa espécie de anfiteatro panorâmico sobre o vale do Cávado.
Neste local, é de destacar, ainda, o curioso monumento erigido em 1942
em homenagem ao Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
No sopé do monte já na freguesia de Galegos Santa Maria, onde
supostamente nasceu o emblemático Galo de Barcelos, depare-se com o
?Balneário Castrejo da Pena Grande?, monumento da Idade do Ferro
destinado a banhos e para práticas do tipo ?sauna?, considerado um dos
melhores exemplares neste registo na Península Ibérica. É classificado
como Monumento Nacional desde 1986.
Em Roriz, o percurso percorre caminhos rurais, e destacam-se os recantos proporcionados por alguns ribeiros e capelas. O traçado na ligação de Roriz a Alheira, que nos leva de volta à capela de S. Lourenço, é conhecido como o caminho da galega. Este troço é marcado pela excelência da vegetação que proporciona momentos de pura tranquilidade e frescura .
A capela de S. Lourenço é, todos os anos, palco de
uma curiosa romaria em honra de S. Lourenço e S. Silvestre, no dia 10 de
agosto.
No que toca ao património natural, de salientar em termos faunísticos a
possibilidade de encontrar ocasionalmente o ouriço cacheiro (Erinaceus
europaeus), a raposa (Vulpes vulpes), a codorniz (Coturnix coturnix), a
gralha-preta (Corvus corone), o melro comum (Turdus merula), o
pintassilgo (Carduelis carduelis), o pica-pau (Picus sharpei), o gaio
(Garrulus glandarius), a pega (Pica pica), o sardão (Lacerta lepida),
entre outros. Relativamente à flora, de referir algumas bolsas da
vegetação endémica onde pontificam o sobreiro (Quercus suber), o
azevinho (Ilex aquifolium L.), o carvalho (Quercus faginea L.), o
pinheiro bravo (Pinus pinaster Aiton) e o pinheiro manso (Pinus pinea
L.).
Este é um dos percursos mais emblemáticos do concelho, pois reúne a excelência da natureza, o património religioso ainda muito vivo na comunidade e sítios arqueológicos de relevante valor.